O Centro do Rio de Janeiro foi identificado como o bairro da capital fluminense com maior número de pontos de comercialização e manipulação de celulares roubados ou furtados, segundo dados do Disque Denúncia referentes a 2025.
Somente neste ano, o órgão recebeu 229 denúncias relacionadas à receptação de aparelhos em todo o estado. A capital concentra 60% dos registros, enquanto o município de Duque de Caxias aparece em seguida, com 9% das informações, seguido por Nova Iguaçu (5%) e São João de Meriti (4%).
De acordo com o diretor-geral do Disque Denúncia, Renato Almeida, a receptação ocorre em diversos ambientes, abrangendo tanto pontos físicos de venda quanto plataformas digitais.
No Centro do Rio, os principais locais identificados para o comércio e a manipulação desses dispositivos são a Rua Uruguaiana (38,5%), a Avenida Presidente Vargas (19,2%), a Rua do Rosário (7,7%), além das ruas Andradas, Frei Caneca, Buenos Aires, Alfândega e Ouvidor.
Outros bairros da capital que também concentram elevado número de denúncias são Pavuna, Bangu, Irajá, Jacarepaguá e Ramos.
Alguns dos aparelhos roubados acabam sendo desmontados, e suas peças são revendidas separadamente, alimentando o mercado de reposição com componentes de origem ilícita.
Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), divulgados nesta segunda-feira (20), o número de roubos de celulares no estado aumentou 25,5% nos nove primeiros meses de 2025 em comparação com o mesmo período do ano anterior — o equivalente a um caso registrado a cada 20 minutos, em média.
Os furtos de celulares também apresentaram crescimento: 22,2% em relação ao ano passado, o maior índice da série histórica.
Nesta segunda-feira (20), a Polícia Civil deu início a mais uma fase da Operação Rastreio, voltada ao combate de roubo, furto e receptação de celulares. Mais de 4.200 usuários identificados com aparelhos provenientes de crimes foram intimados a entregar os dispositivos em até 72 horas. O não cumprimento da determinação pode resultar em responsabilização criminal.
A pena para o crime de receptação varia de um a quatro anos de reclusão, além de multa. Nos casos em que o comprador não age de má-fé, mas sem verificar a origem do produto, o crime pode ser enquadrado como receptação culposa, com pena reduzida.