
Em meio à crescente tensão jurídica envolvendo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta terça-feira (9 de setembro de 2025) que os Estados Unidos “não têm medo de usar o poder econômico ou o poder militar” para proteger a liberdade de expressão — considerada, segundo ela, “possivelmente a questão mais importante do nosso tempo” .
Contexto e Declaração da Casa Branca
Durante coletiva de imprensa, Leavitt foi questionada pelo jornalista Michael Shellenberger sobre possíveis novas sanções ou medidas contra o Brasil, especialmente diante da inelegibilidade e eventual condenação de Bolsonaro no processo em curso no STF. A porta-voz disse que “não há ações adicionais previstas no momento”, mas assinalou que os EUA já adotaram “ações significativas com relação ao Brasil, em forma tanto de sanções quanto de tarifas”, como forma de salvaguardar direitos civis globais .
Ela ressaltou que o presidente Donald Trump enxerga a liberdade de expressão como pilar constitucional fundamental e que não hesitará em recorrer aos instrumentos de poder à disposição dos EUA — econômicos ou militares — para defendê-la em outras nações .
Repercussões no Brasil
A declaração dos EUA ocorre em um momento de elevada polarização política no Brasil, com Bolsonaro enfrentando acusações de tentativa de golpe, conspiração com militares e ameaça à ordem democrática. Essas acusações — investigadas pela "Operação Contragolpe" — resultaram no indiciamento de Bolsonaro e outras autoridades por organização criminosa e tentativa de extinção violenta do Estado Democrático de Direito .
Leia-se, neste cenário, o posicionamento dos EUA como articulação de pressão internacional, acentuando — para alguns críticos — uma ingerência diplomática em assuntos internos brasileiros.
Reação do Governo Brasileiro
Até o momento, o governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, não emitiu resposta oficial às declarações de Leavitt.
Por outro lado, Lula já havia afirmado que Bolsonaro deveria enfrentar novas acusações por supostamente incitar os EUA a adotar tarifas punitivas contra o Brasil, apontando danos à economia e aos trabalhadores brasileiros.
Conclusão
A fala de Karoline Leavitt — repetida em veículos como BBC, Correio Braziliense e Metrópoles — transmite uma mensagem clara: os EUA, sob a administração de Trump, enxergam a defesa da liberdade de expressão como prioridade global, ainda que isso envolva mobilização de poder econômico e militar.
O efeito dessas declarações sobre o ambiente diplomático e político entre Brasil e EUA permanece incerto, especialmente considerando as tensões instauradas pelo processo judicial de Bolsonaro e as pressões sobre o STF.