Da Costa Verde ao Norte Fluminense, um animal vem chamando a atenção de moradores vizinhos de unidades de conservação. Conhecido pelo corpo envolto de espinhos que dificilmente se soltam, o Ouriço-cacheiro (Coendou prehensilis) é figurinha carimbada para guarda-parques do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Entre o mês de setembro e outubro, os agentes já resgataram 5 indivíduos nos municípios de Campo dos Goytacazes e Paraty.
Conhecido popularmente como Porco-espinho ou Cuandu, o Ouriço-cacheiro é um mamífero de hábitos solitários e com grande ocorrência na Mata Atlântica, com ampla distribuição geográfica, chegando ao Paraguai, Uruguai e Argentina. Medindo até 35 centímetros e pesando em média 700 gramas, ele possui uma pelagem entre tons de cinza, amarelo e alaranjado, dependendo da região em que vive. A característica que mais chama atenção, os espinhos, na verdade são um mecanismo de defesa.
– Os casos registrados evidenciam que as unidades de conservação estaduais cumprem seu papel para a nossa fauna. O fato de os ouriços serem resgatados em áreas urbanas vizinhas e realocados com segurança dentro desses parques mostra a importância desses territórios protegidos – afirmou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro.
Ao contrário do que se imagina, o animal não é agressivo e não lança espinhos: são fixos na pele, ocultos sob os pelos, e só se soltam mediante contato físico. Se um predador, como um cão, tentar atacá-lo, os espinhos se prenderão ao animal. Da mesma forma, se um ser humano tocar o ouriço, os espinhos podem se fixar à mão.
No início do mês de outubro, o Parque Estadual da Lagoa do Açu, localizado em Campo dos Goytacazes, foi palco de um resgate rotineiro. Um indivíduo adulto de Ouriço-cacheiro (Coendou prehensilis) foi encontrado na casa de um morador da Região Norte Fluminense dormindo. Após a verificação do estado foi reintroduzido ao seu habitat dentro da unidade de conservação ambiental. No mês de setembro, outros três salvamentos já tinham sido realizados.
Já na última quinta-feira (16/10), guarda-parques da Reserva Ecológica Estadual de Juatinga, realizaram um resgate de um filhote em Paraty. Segundo moradores, os mesmos que acionaram o Inea, o animal acabou se separando da mãe ao passar por fios elétricos da vila residencial. Devido a prematuridade, ele foi encaminhado a um Centro de Recuperação de Animais Silvestres (Cras) até aprender a viver na natureza.