Tel Aviv / Gaza, 5 de outubro de 2025 — Exatamente dois anos atrás, no dia 7 de outubro de 2023, a organização Hamas lançou um ataque em larga escala contra o sul de Israel que tomaria proporções dramáticas para todo o conflito israelo-palestino. Mortes em massa, centenas de reféns e a ampliação do cerco militar na Faixa de Gaza foram alguns dos efeitos imediatos que até hoje moldam a geopolítica da região. Agora, em 2025, pressões internas e apoiadores externos tentam forçar um acordo de paz e a liberação dos prisioneiros restantes — mas o caminho é tortuoso.
O desencadeamento: 7 de outubro de 2023 e suas consequências
Na manhã daquele domingo, militantes do Hamas cruzaram a fronteira entre Gaza e Israel, atacando comunidades próximas e bases militares. Estima-se que cerca de 1.200 pessoas foram mortas em Israel durante os ataques iniciais. Militantes também raptaram entre 240 e 250 pessoas, civis e militares, levando-os para dentro da Faixa de Gaza.
Israel reagiu imediatamente com bombardeios, mobilização terrestre e bloqueios ao enclave. Gaza ficou sob severo cerco, e rapidamente a situação humanitária se agravou: destruição de infraestrutura, milhares de desplazados e cortes no fornecimento de bens essenciais como água, energia e alimentos. Ao longo destes dois anos, várias operações militares foram conduzidas, e tentativas de resgate de reféns foram realizadas — algumas bem sucedidas, outras com elevado custo humano.
Um episódio emblemático ocorreu em 8 de junho de 2024, na chamada operação em Nuseirat: as Forças de Defesa de Israel (IDF) lançaram uma operação de resgate em um dos campos de refugiados de Gaza, onde mantinham-se reféns. Segundo autoridades palestinas, pelo menos 276 civis foram mortos e mais de 698 feridos. Israel afirmou números muito menores, mas confirmou que quatro reféns foram libertados durante a ação.
Outra libertação de destaque foi a de Qaid Farhan al-Qadi, em agosto de 2024, após quase um ano cativo. Essas libertações pontuais alimentaram esperanças, mas foram insuficientes frente ao número original de captivos.
Negociações de cessar-fogo e trocas de prisioneiros ocorrem desde então, com mediação de Qatar, Egito e Estados Unidos, mas avanços significativos foram raros.
Pressão social e diplomática para um novo acordo
Ao longo de 2025, tanto o governo israelense quanto representantes internacionais começaram a intensificar esforços para um cessar-fogo duradouro e uma troca de prisioneiros mais ampla. No final de setembro, os Estados Unidos apresentaram um plano de paz de 20 pontos para Gaza, que propõe:
Aspectos centrais como desmantelamento militar e obrigações de segurança permanecem, contudo, pontos de intenso embate.
Nos últimos dias, manifestações em Tel Aviv mobilizaram dezenas de milhares de israelenses exigindo de Benjamin Netanyahu um acordo que leve ao retorno dos reféns. Parlamentares nos EUA e diplomatas também aumentaram a pressão para que Israel pause bombardeios e aceite as cláusulas humanitárias do plano.
Recentemente, o próprio Hamas declarou disposição condicional de liberar todos os reféns remanescentes, embora não tenha formalizado compromisso com todos os termos do plano norte-americano.Israel afirmou estar “pronto para cooperar integralmente” desde que as exigências de segurança sejam atendidas.
O que esperar nos próximos dias: riscos e esperanças
A expectativa diplomática é de que nos próximos dias seja fechado um acordo formal. Se isso ocorrer, a troca de reféns pode se iniciar rapidamente — dentro do prazo de 72 horas previsto pelo plano.No entanto, diversos desafios ameaçam esse desfecho:
Para as famílias dos reféns, a espera é uma angústia contínua — há quem desconfie de promessas vazias, enquanto outros veem nesta janela diplomática como a melhor chance de retorno dos entes queridos.
Se o acordo prosperar, pode representar um dos momentos mais críticos de virada no conflito entre Israel e Hamas nos últimos anos — não uma paz definitiva, mas uma trégua com alento humano para centenas de pessoas ainda presas no limbo do cativeiro.
Na próxima terça-feira o Grupo Kbum transmitirá live e entrevista com o Deputado Federal General Pazzuelo, comentando todo o episódio e as expetativas nas tratativas de paz. Acompanhe pelo portal www.grupokbum.com.br e também na rádio 102,7 em todo o Sul Fluminense.