
Brasília — O ministro Alexandre de Moraes encerrou nesta terça-feira (9) seu voto no julgamento da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado, atribuindo a Jair Bolsonaro a condição de líder central da trama golpista. Em sua conclusão, Moraes votou pela condenação do ex-presidente e de todos os sete corréus em todos os crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo o ministro, as provas apresentadas não deixam margem para dúvidas: o episódio não foi fruto de manifestações desorganizadas, mas de um plano articulado, financiado e executado com o objetivo de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito.
Rejeição das preliminares
Antes de entrar no mérito, Moraes rejeitou todos os pedidos das defesas, que alegavam nulidades processuais, cerceamento de defesa e irregularidades em delações premiadas. Para ele, não houve qualquer vício capaz de comprometer a legalidade do processo.
Condenação de Bolsonaro
Na parte central do voto, Moraes apontou que Bolsonaro:
O relator votou pela condenação do ex-presidente nos seguintes crimes:
Condenação dos demais réus
Moraes também votou pela condenação dos sete aliados de Bolsonaro. Entre eles:
Todos foram condenados pelos mesmos crimes imputados a Bolsonaro, variando apenas a dosagem de responsabilidade de cada um.
“Trama orquestrada”
Em tom firme, Moraes afirmou que houve planejamento até mesmo de assassinatos de autoridades e destacou que os atos golpistas ameaçaram diretamente o STF e suas famílias. Para o ministro, a democracia brasileira não enfrentou delírios individuais, mas “uma trama orquestrada, que teve líder, executores e financiadores”.
Com o voto de Moraes, o julgamento segue agora para os demais ministros da 1ª Turma — Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin — que devem apresentar seus posicionamentos até sexta-feira (12).